terça-feira, 30 de junho de 2009

O Piolho fez 100 anos

Em 1909, ainda na monarquia, o Botequim Âncora d'Ouro abria porta. Apenas dois anos depois foi fundada a Universidade do Porto.
O Piolho, aliás, Café Âncora d' Ouro celebrou no dia 26 de Junho um século de vida.
A alcunha é antiga. Há duas versões: numa delas o nome deriva da enorme mancha humana e respectivo bruá dos clientes entre as 13 e as 15 horas e, cujo ambiente era caracterizado como " piolhice". Na outra versão, o café era frequentado por professores e alunos e alguém apelidava essa forma de convivência com alguma parcimónia, de O Piolho.
A vivência d'O Piolho só é compreendida por quem lá passa.
Inúmeras placas de mármore e ardósia cobrem as paredes do café partilhando a memória de muitas gerações de estudantes universitários do Porto e diferentes situações políticas. Hoje, O Piolho marca as conversas, as tertúlias e as vozes dos estudantes.
Há ainda duas curiosidades: o café Âncora d' Ouro foi pioneiro a ter o café expresso, cuja máquina da marca La Cimbali,originou o tradiconal cimbalino. A segunda e, não menos discipiente - a coluna dourada junto ao balcão é encimada por doze lâmpadas que, em conjunto com a ventoínha custaram no ano de 1913, 60 cêntimos.

2 comentários:

Le Français en Chantant disse...

Gostei de conhecer a história!....Estamos sempre a aprender!

joaquim disse...

Teria pouco mais de 20 anos, quando entrei pela primeira vez no Piolho. Creio que foi um colega meu que sugeriu que entrassemos no café, alegando ser um sítio antigo e onde "paravam muitos estudantes". O café não estava particularmente limpo, mas também ainda não existia esta febre higiénica de hoje. Lembro-me de umas mesas redondas, uns degraus, um aspecto antigo descuidado, poucas pessoas, normal de um "meio de tarde" de um dia de semana. Fiquei algo desiludido e a frase "Então isto e que é o Piolho?" ocorreu-me ao pensamento. Tomamos um café e saimos para a rua, nos anos seguintes não regressei ao Piolho.