O poema Deriva de Sophia de Mello Breyner Andersen abre a grande viagem por terras do SUL de Miguel Sousa Tavares.
Deriva
Vi as águas os cabos vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som das suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri
terça-feira, 30 de junho de 2009
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Um comentário:
Neste poema cheira-se o ambiente e visualiza-se o paraíso na terra. Como é bom viajar em pensamento.
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